Joana Marques Mota

Envelhecimento celular

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Joana Marques

Skincoach - Formadora - Criadora de Conteúdo sobre Cuidados de Pele
Master em Estética & Cosmética

Até há bem pouco tempo acreditou-se que o envelhecimento celular se devia exclusivamente ao avanço da idade e à redução da capacidade e ritmo de produção celular do nosso corpo.

Hoje, há já vários médicos especializados em anti-aging (ou anti-envelhecimento) a estudar a ligação entre o sistema hormonal e o envelhecimento cutâneo.

Estes médicos acreditam que a queda hormonal, que provoca uma menor capacidade de produção hormonal é o evento biológico que gera o envelhecimento celular.

Neste artigo vamos explorar este tema, clarificando o processo e as consequências do envelhecimento celular.

As células são a unidade mais básica do corpo humano, presente em toda a sua extensão. Estas, células encontram-se protegidas por uma camada, à qual chamamos de telómero.

Ao longo da nossa vida, as células passam por diversos ciclos reprodutivos, permitindo, assim, a renovação celular.

O telómero acompanha estes processos, diminuindo o seu tamanho, até chegar ao seu ponto limite (limite de Hayflick), onde já não é possível haver renovação celular.

Aqui inicia-se o processo de envelhecimento biológico.

O caso da Ovelha Dolly e o envelhecimento celular

Uma das principais experiências científicas que confirou a importância dos telómeros no processo do envelhecimento foi a famosa clonagem da ovelha Dolly. 

Repare que a ovelha foi reproduzida através de células retiradas da glândula mamária de uma ovelha adulta, cujos telómenos (uma vez que falamos de um animal adulto) eram menores e tinham já sofrido algum desgaste, fruto dos sucessivos ciclos reprodutivos celulares.

Durante esta experiência verificou-se que a ovelha Dolly apresentou sintomas de envelhecimento precoce, como artrite nos joelhos, pernas e quadril.

Assim, foi possível provar o papel dos telómeros no processo de envelhecimento celular.

Os progressos da ciência

Os estudos mostram que há diversas enzimas que garantem o funcionamento correto dos telómeros e que a telomerase, em particular, tem a função de repor os telómeros na extremidade dos cromossomas, estabilizando o seu comprimento e podendo atrasar e reverter o processo de envelhecimento.

Na prática, se conseguíssemos devolver ao nosso organismo o tamanho dos telómeros, conseguiríamos prolongar a vida útil das células e tornar mais lento o processo de envelhecimento.

Apesar de ser já dado como certo que  o incremento, de forma artificial, da síntese de telomerase nas células é capaz de reverter o envelhecimento celular, a ciência ainda não consegue congelar a ação do tempo.

O nosso papel na prevenção do envelhecimento

Enquanto aguardamos o avanço da ciência, devemos assumir o papel ativo que cada um de nós pode ter no prolongamento da vida útil das nossas células.

O fumo, a poluição, o excesso de sol, o álcool em excesso, stress, higiene de sono inadequada, uma alimentação não equilibrada são fatores que aceleram o processo de envelhecimento celular.

Uma alimentação adequada, uma boa higiene de sono e a prática de exercício físico são aliados fundamentais para a prevenção do envelhecimento precoce.

O envelhecimento é um processo biológico que continuará a existir. Com o avanço da ciência conseguiremos desacelerar este processo.

Mas, é em cada um de nós que reside o maior poder de prevenção do envelhecimento precoce e do prolongamento da vida das nossas células, através de escolhas conscientes e alinhadas com a vida que desejamos viver.