Joana Marques Mota

A LUZ SOLAR E A PELE

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Joana Marques

Joana Marques

Skincoach - Formadora - Criadora de Conteúdo sobre Cuidados de Pele
Master em Estética & Cosmética

Acredito que a melhor forma de incentivo ao auto cuidado é o conhecimento e consciencialização. Não porque alguém diz: “…faz mal”, “…faz bem”, “porque sim”,…

Entender o que acontece dá-nos a possibilidade de escolha consciente. Isso é o que faço sempre em gabinete, partilho o que sei e dou espaço à tomada de consciência e ao livre arbítrio.

É do conhecimento geral que a exposição solar FAZ MAL à pele e que temos de utilizar proteção PORQUE SIM… Mas vamos falar um pouco sobre o que fisiologicamente acontece.

A Luz Solar é composta por ondas eletromagnéticas, que vão desde o infravermelho até ao ultravioleta C. Ao atingirem a pele, essas ondas penetram diferentemente, interagindo então com as células da epiderme e da derme, originando processos degenerativos.

Após 15 minutos de exposição à radiação UV, as citocinas da superfície celular e os receptores para fatores de crescimento (EFG), interleucina e o fator de tumoração e necrose α (TNF-α) são ativados. Como resultado, ocorre um aumento global na ativação dos recetores. Essa ativação dos recetores dispara os mecanismos de alteração de energia, estimulando por exemplo, a produção de peróxido de hidrogénio, que se acumula até 60min após a irradiação.

O peróxido de hidrogénio, apesar de não ser um radical livre, é um metabólito do oxigénio extremamente prejudicial. Tem vida longa, é capaz de atravessar camadas lipídicas, pode reagir com a membrana dos glóbulos vermelhos e com proteínas ligadas ao ferro funcional. Assim, é altamente tóxico para as células.

De acordo com a nossa herança genética, temos maior ou menor resistência à radiação solar, quanto mais escura a pele ou quanto mais bronzeada estiver. Assim quanto mais escura ou mais bronzeada a pele for/ estiver, maior a quantidade energia necessária para provocar um eritema (vermelhidão).

A exposição à radição UV, para além de provocar um estado inflamatório como resposta, também altera a biossíntese de colagénio, contribuindo com a desorganização tecido.

Observa-se também um aumento da atividade de metaloproteinases (MMP) que contribuem ainda mais para a desorganização de rede estrutural da derme (kim et al. 2010, pp. 19-26), uma redução geral nos processos biossintéticos dos fibroblatos e queratinócitos, comprometendo a estrutura e funcionamento das células e levando à flacidez.

Para além disto, nem todos nós possuímos um sistema de reparo de DNA eficiente. Quando assim é, ao existir uma lesão por exposição solar, o seu sistema não fará a respetiva reparação, o que irá implicar alterações genéticas na regeneração celular seguinte, ocasionando tumores.

A proteção solar deve ser adequada à nossa necessidade e ao indice UV que varia consoante a estação do ano, latitude e hora do dia.

Não é só uma questão de rugas, flacidez ou manchas. É acima de tudo sobre um envelhecimento saudável e harmonioso.